Gaia Escola e Projeto Independência são apresentados em evento do MPRJ

O encontro “Para uma Nova Infância, uma Nova Educação”  oi realizado no último dia 5 com o objetivo de compartilhar práticas inovadoras no sistema educacional.

Práticas educativas inovadoras e novas abordagens na Educação, entre elas o Projeto Independência e o Gaia Escola, estiveram no centro do debate do evento “Para uma Nova Infância, uma Nova Educação”, realizado no último dia 5 na sede do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). Organizado pelo Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Proteção à Educação (CAO Educação), o encontro reuniu educadores, professores, conselheiros municipais e operadores do Direito.

Na abertura, o subprocurador-geral de Justiça de Direitos Humanos, Ertulei Laureano Matos, chamou a atenção para o trabalho feito em conjunto pelo MPRJ e demais setores da sociedade em prol da Educação no Estado. “É a sociedade que nos dirige. Nós somos caudatários dos direitos sociais e daquilo que a sociedade diz que é preciso”, destacou.

A coordenadora do CAO Educação, promotora de Justiça Bianca Mota de Moraes, lembrou que o evento foi pensado para reunir pessoas com vivências educacionais diversificadas, com foco na educação sensível às peculiaridades de cada ser humano. Ela lembrou que a luta por direitos vai muito além da busca por vagas em creches e escolas. “Se andar sozinho, o jurídico não alcança mais a efetivação do direito à educação de qualidade. Antes de peticionarmos por vagas, precisamos ter consciência de para onde estas crianças estão indo e que tipo de serviço elas estão recebendo”, afirmou Bianca.

O efeito prático do encontro de facilitar a construção de políticas públicas também foi ressaltado pela subcoordenadora do CAO Educação, promotora de Justiça Clisânger Ferreira Gonçalves. Ela lembrou que os altos índices de evasão escolar estão diretamente relacionados ao aumento de atos infracionais. “A maioria dos adolescentes que se encontra em medida socioeducativa não frequentava a escola”, alertou a promotora.

A mesa de abertura contou, ainda, com a presença da juíza Rachel Chrispino, da defensora pública Eufrásia Maria Souza das Virgens e da coordenadora da Região Sudeste da União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação (UNCME RJ), Eliana Cavalieri Duarte.

Ministério Público e Educação Infantil

No primeiro painel do encontro, Bianca Mota recebeu a promotora de Justiça Renata Carbonel, Coordenadora do Grupo de Atuação Especializada em Educação (GAEDUC) do MPRJ. A coordenadora do CAO Educação declarou que o MPRJ atua em consonância com as novas tendências em educação e busca atuar de forma humanizada, atento sobretudo à qualidade do ensino na primeira infância.

Carbonel apresentou o GAEDUC ao público, ressaltando que um dos desafios do grupo é a fiscalização do cumprimento da Estratégia 1.15, da Meta 1 do Plano Nacional de Educação, que dispõe sobre a busca ativa de crianças em idade escolar. Ela destacou que este trabalho é feito em parceria com órgãos públicos de assistência social, saúde e de proteção à infância.

Pedagogia da escuta

Marília Regis Dourado, representante nacional da RedSolare Brasil, que atua em 12 países e seis estados brasileiros, chamou a atenção para a importância da ressignificação de práticas educativas. Ela defendeu que no cenário atual, a escola deve criar contextos onde as crianças possam desenvolver plenamente suas capacidades e com liberdade. Para a palestrante, isso significa uma mudança de paradigma onde a escola deixa de ser reprodutora de modelos para produzir conhecimentos a partir da escuta e construção direta com as crianças.

Exemplos de inovação

O seminário foi marcado por experiências que estão reformulando as práticas pedagógicas convencionais. Representantes de seis projetos mostraram que nesta nova visão, as relações entre aluno e educador são pautadas pelo diálogo horizontal e pela valorização da experiência desde os primeiros contatos da criança com a escola.

José Pacheco, fundador da Escola da Ponte (Portugal) e coordenador pedagógico da Ecohabitare, defendeu a ruptura com modelos que não levem em consideração a realidade atual dos alunos, seus anseios e expectativas. A mudança de paradigma também foi defendida por Cláudia Passos, Coordenadora de Projetos da EcoHabitare/Gaia Escola.

Também mostraram exemplos atuais de reconfiguração da prática escolar duas unidades escolares de Niterói: Glaucia Leão, da Unidade Municipal de Educação Infantil Professora Nina Rita Torres e Karla Righetto e Daniele Santos, ambas da Creche Escola Vivinfância.

Na sequência, a coordenadora de Educação Integral da Secretaria Municipal de Educação de Petrópolis, Adriana Salim, abriu a fala de Camila Alves e Diego Macedo, do Projeto Independência, também apoiado pela Ecohabitare, que ocorre na Escola Municipal Alto Independência.

“No encontro, ficou claro que nós e o MP RJ temos o mesmo objetivo: promover uma educação de boa qualidade para todas as crianças. Para isso, estabelecer parcerias é muito importante. Agora, vamos seguir, estreitando os laços, para efetivar essa parceria, tendo o Projeto Independência como ponto de partida” ressaltou Cláudia Passos.

O ciclo de palestras foi encerrado por Marcela de Oliveira, à frente do projeto GENTE da Escola Municipal André Urani, localizada na Rocinha, no Rio de Janeiro.As palestras foram seguidas de debate aberto com perguntas do público, mediado pela Chefe do Departamento Nacional de Ações Estratégicas e Inovação do SESC, Helena Singer.

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