No passado fim de semana, apesar das dificuldades decorrentes da greve, educadores do Distrito Federal se reuniram na CONANE Candanga, para debater os “Desafios Para uma Educação Inovadora no DF”.
A etapa Candanga é uma preparação para a Conferência Nacional de Alternativas para uma Nova Educação, que acontecerá em 7 de setembro de 2019, ainda sem local de realização. Durante o encontro, oito projetos educativos compartilharam suas experiências. Após a partilha, os participantes identificaram as barreiras enfrentadas pelas escolas de educação infantil, anos iniciais, fundamental e médio.
Na discussão, foram abordados vários assuntos: a problemática das parcerias público-privadas na educação; a Base Nacional Curricular Comum; a mudança do paradigma do conteudismo para a produção do conhecimento; a criação de um sistema de avaliação conectado do pedagógico; a autonomia da escola, nomeadamente, na escolha dos seus professores; as múltiplas violências que impactam na saúde mental de estudantes e professores, expressa pelo crescente índice de suicídios.
Também foram discutidas as questões de gênero. “Um jovem transgênero é morto a cada 19 horas”, diz mãe de um jovem transgênero que já passou por várias escolas por ser diferente.
Os participantes trataram ainda da desconexão com a natureza nos seus múltiplos aspectos; como integrar educação e cultura; como estabelecer fluxos entre espaços educativos; integração efetiva com a comunidade e o território; como pensar em outras perspectivas, que não apenas vestibular, entre outros.
A conclusão a que os participantes chegaram é a de que a escola passa por uma crise estrutural e a de que o atual modelo de ensino não possibilita a criação de uma nova visão de mundo, muito menos a sua materialização. “Diante da realidade que vivemos, precisamos de uma outra civilização e não mais de uma outra cultura”, avaliou um dos educadores presentes na reunião.
O resultado das reflexões traduziu-se na elaboração de um MAPA DOS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO DO DF, acrescentado de possíveis soluções, como: estabelecer efetivamente a comunicação com a comunidade; o desenvolvimento de uma cidadania plena; a necessidade de um novo paradigma educacional; aprender a trabalhar na diversidade; a tomada de consciência de que “nós somos natureza” e que, sem este entendimento, os riscos de extinção são cada vez mais reais; estímulo ao autoconhecimento.
Uma fala recorrente entre todos os participantes foi a necessidade da criação de uma rede de apoio e troca de experiências locais, algo que a EcoHabitare já deu início com a criação do Fórum de Comunidades de Aprendizagem. O Fórum nascente, conforme apresentado por Cláudia Passos e José Pacheco, vai além das solicitações dos participantes, pois visa, não só agregar iniciativas existentes, mas também, potencializar a criação de novas, com a criação de núcleos de projeto, e constituir diálogo com o poder público, para legitimação das iniciativas.
A experiência da EcoHabitare em potencializar protótipos de comunidades de aprendizagem, a exemplo da Comunidade de Aprendizagem do Paranoá, não poderão ficar isolados – o mote para a criação do Fórum. E questões como a manutenção da equipe de projeto, a criação de normativas compatíveis com as comunidades de aprendizagem, ou a colheita de indicadores de transformação, são questões inerentes aos processos de inovação.
O Fórum de Comunidades de Aprendizagem, está aberto a todos que desejam fazer parte da construção de uma nova educação no DF. Se quiser participar envie sua solicitação para: contato@ecohabitare.com.br.
Por Equipe EcoHabitare