O Dragon Dreaming foi uma das metodologias colaborativas abordadas durante a oficina de Projetos do Gaia Escola
No clima Gaia Escola, assim aconteceu a participação de Áureo Gaspar (administrador), Lucimara Braga (bióloga) e do pequeno Raul (filho do casal, de dois anos), integrando o projeto de, em família, construir com outros educadores uma nova educação. O trio trouxe, além da harmonia, o rico conhecimento de quem vive o que fala. Áureo é consultor e pesquisador em Elaboração e Gestão de Projetos em Redes de Cooperação, e integra a equipe de facilitadores Dragon Dreaming (DD), desde que a metodologia chegou ao Brasil. Essa vasta atuação foi compartilhada com os participantes do Gaia Escola, que vivenciaram de forma simples e lúdica como um sonho pode se transformar em um projeto de sucesso.
No Dragon Dreaming, um projeto terá sucesso quando integra: crescimento pessoal, senso de comunidade e serviço à Terra.
“Sonho que se sonha só, é sonho que se sonha só; sonho que se sonha junto é realidade”, no Dragon Dreaming é assim: sonhar, planejar, realizar, celebrar, numa metodologia que traz no seu DNA a sabedoria de culturas aborígenes, que conhecem profundamente a linguagem de Gaia e como se processa a elaboração e gestão de projeto socioambientais.
O casamento da sabedoria ancestral com o conhecimento técnico, a facilitação integrando família e profissionalismos, foram experiências especiais vivenciadas por todos os participantes do Gaia Escola, o que nos mostrou que fazer uma nova educação não precisa ser apenas um grande desafio, mas algo leve, quando se abre espaço para viver novas formas de educar conectados com a nossa essência.
Confira aqui entrevista exclusiva com esses manifestadores de realidade:
O que é o Dragon Dreaming (DD)?
Áureo – É um sistema para gerenciar e elaborar projetos com participação em rede, com amor e integração. É um movimento em prol dessa grande mudança que a humanidade está passando, onde se espera que a gente possa ter um estilo de vida que sustente a vida. Se traduz em um conjunto de técnicas para você trazer à tona sonhos das pessoas e pensar em como concretizá-los, e na celebração, que é esse olhar para dentro e ver o quanto evoluímos, crescemos e prestamos um serviço à vida do planeta durante o processo.
Lucimara – Para mim é uma conexão consigo mesmo, com essa escuta profunda e uma conexão com a terra. É considerar que os projetos são ações para melhorar o ambiente em que a gente se encontra.
Qual o principal diferencial do Dragon Dreaming enquanto metodologia de projetos?
Áureo – A primeira coisa é que não é hierárquico. Então, todas as ferramentas, todas as ações são realizadas no sentido de serem co-construídas, colaborativas, empoderadoras. Além disso, é uma abordagem que abrange o sentimento e não apenas o intelectual. Quando a gente olha, friamente, muitas coisas do Dragon são similares a processos que temos por aí, mas o que muda mesmo é o como fazer. Uma coisa é criar um objetivo geral, como numa empresa, na qual o diretor define e todos seguem, outra coisa é o grupo que vai fazer as coisas acontecerem co-construir esses objetivos, brincando, um ajudando o outro, com um lado lúdico. Se não é divertido, não é sustentável. O DD prima por ser mais leve.
É possível então realizar sonhos por meio do Dragon Dreaming? Ele é uma ferramenta realizadora de sonhos?
Lucimara – Não só em grupos, em instituições, onde o projeto já é um hábito de trabalho, mas também em comunidades. É uma forma de elaborar e realizar projetos, mesmo por pessoas sem formação ou conhecimento nessa área.
Como aplicar o Dragon Dreaming no contexto das Escolas?
Áureo- Na minha percepção, é fazendo com que as crianças participem do processo de construção de seus projetos, que elas possam aprender a trazer seus sonhos e que estes sejam ouvidos entre elas e pelos adultos, com respeito nesse caminho de concretização dos sonhos. É um olhar para a vida, muito diferente do professor dar ordens e você, por medo, autoridade, estar cumprindo. É olhar para si, buscar o que quero respeitando o outro, apoiando o outro, é valioso para qualquer idade. A gente pode descobrir coisas incríveis perguntando para a criança o que ela quer para a escola. Elas têm soluções muito mais criativas para o que, às vezes, nem estamos vendo.
Como vocês vêm o Gaia Escola dentro desse processo de grande mudança?
Áureo – Eu acho que essa mudança é um processo de tomada de consciência, abrir horizontes e perspectivas de trabalho e relação. Ouvi de um participante, hoje: “nossa, eu vi o mundo na formação do Gaia Escola, que eu não vislumbrava”. Grande parte dos processos depressivos acontecem porque a pessoa não vê solução para o seu caminho e o Gaia traz isso: alternativas, outras vivências e possibilidades de relação, que a pessoa não tem em uma escola tradicional. Isso cresce, dá esperança, traz aquilo que queremos de verdade: amar e ser amado. Isso é viver!
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