Viva a educação!

ECOHABITARE I POSTS 2 (17)
Neste momento há escolas trabalhando com aulas virtuais. Professores preparam aulas, tais como aquelas que eram dadas antes do isolamento, e as ministram a grupos de 10, 20, 30 alunos que se enxergam através de webcams. Há escolas exigindo que alunos compareçam às aulas nos finais de semana. Há escolas exigindo que os alunos estejam uniformizados durante as aulas virtuais. Não me espanto… Se a sociedade já estava doente antes, não é de espantar que idéias bizarras surjam neste momento.
Aos pais e professores eu deixo a pergunta: essa forma de trabalho está pautada em qual filósofo da educação? A partir de qual linha epistemológica da ciência Educação surgiu essa solução? Onde está escrito na Constituição, na Lei de Diretrizes e Bases, na BNCC sobre isso?
Há escolas se preparando para aplicar PROVAS. Vamos imaginar como seria cômica essa situação?
– Boa tarde, alunos! Hoje vocês farão uma prova virtual – diz o professor.
Alunos observam atentos o professor na sala virtual.
– Por favor, cliquem no link que eu vou mandar e respondam às perguntas.
O professor percebe que um aluno desliga a câmera.
– Marcos, por que você desligou a câmera? Tem alguém aí com você te ajudando a fazer a prova?
O aluno religa a câmera, um pouco incomodado. O professor observa um aluno que parece conversar com alguém, mexendo a boca levemente.
– Pedro, com quem você está falando? Tem alguém te ajudando a fazer a prova?
O aluno fica sem graça por ter sido descoberto. O Professor, diante da nítida e infinita possibilidade dos alunos “colarem”, decide suspender a prova coletiva e avisa que dará uma prova oral para cada aluno. Em conversa privada com o primeiro aluno, ele começa a fazer perguntas. Enquanto percebe que o aluno acerta todas as perguntas, o professor começa a pensar:
– Como será que ele está acertando tudo? Será que ele realmente plugou o fone de ouvido ou está só fingindo enquanto o irmão mais velho dele ouve as perguntas e escreve a resposta em um papel? Será que ele está enviando a pergunta para um colega pelo whatsapp? Será que tem alguém escrevendo a resposta para ele ler na tela do computador?
Essa historinha é apenas para pensarmos sobre o absurdo desta situação que está sendo imposta sobre os professores, sobre os alunos e sobre os pais.
Um médico não pode fazer uma prática baseado no seu próprio achismo. Ele não pode receitar a um paciente um remédio que ele ACHA que é melhor do que outro. Um professor não pode adotar uma prática baseada em um achismo, sem um mínimo de debate ou embasamento teórico. Se as aulas já não estão servindo para muita coisa, imaginemos o que as aulas virtuais serão… Imagine crianças de 4, 7, 12, 15 anos sentadas todos os dias por 4 ou 5 horas tendo aulas virtuais…
Isso seria como sentar-se a frente de uma mesa de jantar farta e comer apenas uma banana. Colocar o aluno frente à internet e mandá-lo ouvir o professor falar… Isso não faz o menor sentido!
Devemos questionar este modelo e exigir, daqueles que querem impor este caminho, que provem que é este o melhor jeito de continuar o processo de educação dos alunos. Queremos que eles mostrem qual estudo científico preconiza essa prática descabida.
Não podemos desperdiçar este momento de paralização mundial sem repensar a nossa sociedade. Precisamos de um novo direcionamento. Precisamos de coragem e determinação. Há outros caminhos e eles tem resultado positivamente na vida de suas comunidades escolares.
Viva a educação!
Por: André Luis Corrêa

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