Chega ao fim a terceira edição do Aprender em Comunidade

A formação contou com 90 participantes do Brasil, Portugal, Angola e Bélgica

Chegou ao fim, no final de julho, a terceira edição do Aprender em Comunidade (AC). Um processo formativo que aconteceu entre os meses de fevereiro a julho de 2021 e contou com a participação de pessoas ​​que buscam a transição do paradigma da instrução para os paradigmas da aprendizagem e da comunicação.

Foram tutorias semanais que abordaram temas como: o papel do educador na sociedade,  como iniciar a transição entre o modelo tradicional para um modelo inovador, Carta de Princípios, Gestão democrática, entre muitos outros.

Para o educador e um dos tutores da formação, Sérgio Tuck, o AC foi “muito intenso e muito gostoso”, ele contou que o melhor foi a troca de experiências: “Tivemos pessoas de todos os cantos e de diferentes realidades participando. Foram professores da rede pública e particular, além de pais e outras pessoas que não estavam diretamente envolvidas em escolas”. Tuck ainda destaca que tem muita vontade de participar de todas as edições do processo formativo por saber da importância de ações como essa na vida das pessoas que querem a mudança, por isso sempre faz questão de estar presente no projeto independente do momento de sua vida e nunca deixa de dar amparo para os participantes: “O AC é uma grande forma de aumentarmos o nosso número e diminuirmos nossa solidão, porque precisamos parar de ser minorias e ocupar mais os espaços.”

Além do Tuck, o tutor Bruno Emilio Moraes concorda com essa afirmação: “Esse é nosso papel como tutores, conectar esses sonhadores das mais distantes regiões e auxiliá-los na realização concreta de uma educação libertadora”. Bruno é um exemplo da mudança educacional sendo colocada em prática com a Escola da Floresta e ele aponta o AC como uma grande inspiração. “Acompanho como formador desde a primeira edição deste processo formativo, que me inspirou a, junto com com meu núcleo de projeto, tomar a decisão ética e amorosa de dar início a Comunidade de Aprendizagem Escola da Floresta. Desde então acompanho educadores que sonham com uma outra educação, mas que ainda não encontraram caminhos para viver essa utopia”.

Para os tutorandos a experiência foi ainda mais inspiradora. A Valéria Gianechini apontou a oficina como uma experiência de cura: “Fazer parte do AC é o equivalente a encontrar os meus pares nesta jornada e, por isso mesmo, a gente sai fortalecido por saber destas presenças espalhadas pelo mundo. Um lugar para aprender, e principalmente um lugar que nos convida a todo momento a ser. Em tempos tão sombrios, o AC é um alento para almas inquietas, sensíveis e revolucionárias”. Ela ainda destacou as conexões que teceu durante o processo, “por meio dele me conectei com o amor universal, o amor que vem da fonte, que reconhece os aspectos subjetivos de cada ser, mas, que te convida a alçar vôos coletivos e planetários, guiados pela revolução do afeto, do vínculo profundo entre os seres”.

Esse amor foi sentido pela médica Ana Flávia Tavares, que também participou da formação. “Conheci iniciativas brasileiras muito interessantes na educação básica, que me deram ideias e, principalmente, força para seguir na luta de uma mudança de paradigma na educação, inclusive na educação médica”. Além disso, ela se surpreendeu com a experiência: “Foi bastante além do que eu esperava. Além de conhecer novos dispositivos, tive a oportunidade de discutir sobre as peculiaridades do ensino médico e experimentar o que aprendi no dia-a-dia da residência, podendo sempre retornar e pensar sobre a experiência, no intuito de aprimorá-la”.

Sandelson Gonçalves, professor angolano que marcou presença no AC, compartilhou um depoimento sobre a transformação que vivenciou nessa caminhada: ”Mudou não só a minha forma de ver e estar no mundo, mas abriu as portas para a transformação.  Aprendi muito, revisitei as minhas origens e resgatei valores esquecidos, sou grato pela oportunidade dada”.

A EcoHabitare já sensibilizou milhares de educadores pelo mundo que buscam ressignificar seu papel enquanto formadores humanos. Todas as suas formações são processos vivenciais que promovem a aprendizagem isomórfica. 

Ainda em 2021, a modalidade formativa de oficina será aberta em diversas temáticas. Fique atento às redes sociais e acompanhe a agenda no Instagram @ecohabitare

 

Por: Luana Perdoncini

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