Educadores discutem sobre uma nova educação em tempos de pandemia

Pedro Demo e Edilene Morikawa foram os primeiros convidados a debater sobre o tema“O professor não pode ser vítima de mudança, ele tem que ser o protagonista dela”, afirmou o professor da Universidade de Brasília, Pedro Demo, ao abrir a série de encontros virtuais promovidos pela EcoHabitare em parceria com o Instituto Gaia Escola. As lives “Novas formas de fazer educação em tempos de pandemia” no Instagram começaram no dia 13 de abril reunindo mais de 1700 pessoas e seguem até o dia 19, sempre às 17h30, no instagram da EcoHabitare e são mediadas por Cláudia Passos e José Pacheco.Demo defendeu que a mudança nas escolas tem que partir dos professores, apesar deles estarem “deformados para dar aula” e, que o atual contexto de pandemia é uma grande oportunidade para repensarmos a escola. A saída, no entanto, não está em transpor o instrucionismo presencial para o virtual em forma de videoaulas  como as escolas vêm fazendo. “O conteúdo já está todo online, isso não é função do professor, ele tem que assumir o papel de orientador, fazer junto. A aprendizagem requer autoria.”, ressalta Demo. Para Pacheco, o isolamento social já é uma prática nas salas de aula hoje, uma vez que não temos “tempo para a afetividade na escola”, como reforça Passos.

Enquanto as secretarias de educação impõem as “teleaulas”, as escolas particulares entopem seus alunos de conteúdo e tarefas online e os pais se encontram sobrecarregados com tantas demandas, escolas que realizaram a transição para um novo modelo, como a Escola Aberta de São Paulo conseguem manter as atividades pedagógicas sem grandes alterações. “Ajudamos os educandos a desenvolverem roteiros de estudos, apoiamos a pesquisa e depois realizamos encontros no zoom para que partilhem o que aprenderam com os colegas de grupo”, explica a pedagoga Edilene Morikawa, diretora da Escola Aberta de São Paulo. “Tivemos a alegria de ter rompido a série, turma, provas e aulas. Não estamos preocupados em ensinar, levar conteúdo e sim ajudar, mediar, criar condições para que estas crianças aprendam neste contexto.

É consenso entre os educadores que participaram dos encontros que o uso das novas tecnologias não têm volta, então temos que trabalhar a relação humana através destes recursos. Para isso, é preciso abandonar as aulas e aproveitar o potencial da aprendizagem virtual incentivando a pesquisa, produção e socialização do conhecimento. “As crianças e famílias estão precisando se sentir amparadas”, reforça Morikawa lembrando que, no momento, isso é muito mais importante que repassar conteúdo. “Sem relação humana a aprendizagem não acontece”, finaliza Demo.

A série de lives continua até o dia 19 de abril, com os educadores Valdo Cavallet, André Correia, Cecília Pinheiro, Conceição Medeiros e Diogo Alvim.

Para participar entre no nosso Instagran 

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