Gaia Escola Brasília chega ao fim e ao recomeço

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Mandala da Celebração marcou o encerramento da primeira edição do projeto que busca transformar a prática pedagógica das escolas

A cada ciclo que fecha, um novo se abre, seguindo o fluxo da vida em permanente espiral de renovação, de possibilidades, potencialidades, materialização …”O Projeto Gaia Escola não acaba hoje, ele se materializa com mais força depois de um percurso de 11 meses de construção da nossa Comunidade de Aprendizagem”, diz Cláudia Passos, coordenadora de projetos da Ecohabitare.

Revisitamos nossa trajetória em comunidade, avaliamos nossas aprendizagens, tivemos momentos de catarse coletiva. Um ponto de mutação, para desconstruir o velho e deixar nascer o novo. Assim terminou e recomeçou o Projeto Gaia Escola, a trans-formação vivencial de educadores apoiada pelo SESI-CN e coordenada pela Ecohabitare Projetos.

De 8 a 10 de julho, imersos em uma pousada nos arredores de Brasília, na Mandala da Celebração, dançamos, rimos, choramos, selamos compromissos, planejamos os próximos passos para materializarmos o sonho que sonhamos juntos. E, assim, a Comunidade de Aprendizagem Gaia Escola Brasília 2015/2016 abre um novo ciclo de aprendizagem: “Eu acredito no potencial transformador desse grupo, agora temos que materializar o que aprendemos, fazer uma ruptura com o velho paradigma educacional e transformar as escolas do DF”, ressaltou Cláudia.

Percorremos, além das dimensões da sustentabilidade (social, visão de mundo, econômico, ecológico), os primeiros passos para implementar a transformação da prática escolar em 12 Núcleos de Mudança*, embriões das comunidades de aprendizagem, que vamos consolidar nos próximos três anos.

Todo percurso formativo é um processo dinâmico e que precisa ser revisitado, para que os aprendizados, além de validados, possuam vida. A equipe pedagógica do Gaia Escola elaborou, com muito carinho, uma nova metodologia de avaliação, a Mandala Flor da Vida. “Foi uma avaliação gostosa e lúdica, diferente de tudo que já fiz”, afirmou a gaiana Nayara Carvalho. Pudemos ver o colorido do nosso percurso preenchido em cores, matizes que representam a nossa transformação no campo pessoal e profissional.

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Durante o processo, refletimos sobre nosso caminho individual de transformação e como o conhecimento adquirido durante o Gaia Escola foi aplicado nos Núcleos de Mudança. Valores, Resiliência, Escuta Empática, Sistema Restaurativo, Sociocracia, Permacultura, Dragon Dreaming, Economia Solidária, Espiritualidade Engajada, Conexões em Rede, foram alguns dos aprendizados, que ajudam a superar os desafios de se promover a reconfiguração da prática escolar.

“Aprendemos uns com os outros mediatizados pelo mundo” (Freire). Tudo que o aprendemos e compartilhamos, nos transformou. Viramos uma comunidade, criamos um espaço que acolheu nossas família, nossas ideologias e, sobretudo, nossos conflitos. E, no encontro com o outro, reconhecemos a humanidade que existe em nós e que nos move para a missão que vamos continuar juntos, para transformar a educação do Distrito Federal, do Brasil e do mundo.

O futuro da Comunidade de Aprendizagem Gaia Escola

A reflexão feita no início do Gaia Escola – Se o modo como os professores atuam não garante a aprendizagem a todos, é correto continuar? e Se o modo como o poder público gere a educação não abarca a todos ele pode continuar? – pelo educador José Pacheco, coordenador pedagógico da Ecohabitare, foi reforçada na Mandala da Celebração. Ele passou a tarde de sábado compartilhando o que vislumbra para o futuro da comunidade. Chamou a atenção para os dados alarmantes da educação brasileira, que comprovam que o Estado não tem conseguido cumprir o direito universal à educação previsto na Constituição de 1988. Assim, propõe a criação de novas construções sociais de aprendizagem.

Para a continuidade dos núcleos e seu fortalecimento, ficou pactuada a realização de encontros e a ampliação de uma rede de apoio, com o objetivo de romper os desafios típicos de todo processo de mudança. “Precisamos de três anos para apresentar resultados”, lembrou o educador.

Como “prazer de casa”, os participantes se comprometeram com uma série de tarefas, para sistematizar as experiências e fortalecer a comunidade e os núcleos de mudança. A trans-formação Gaia Escola “chegou ao fim”, mas as atividades da Comunidade Gaia Escola estão apenas começando. Acompanhe, aqui, o desenrolar dessa história de transformação. Porque, como ressaltou o educador José Pacheco, “Nós não estamos sozinhos”.

* CEF 04 Paranoá, CEI 416 e Jardim 116 – Santa Maria, Vila Planalto, Escola Classe 115 Norte, Miguel Arcanjo – São Sebastião, Sobradinho, Ceilândia, Escola dos Sonhos, Terra Próspera, Circo Inventado e Núcleo da Saúde Integral na Educação.

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