Hackathon – “O DF que a gente quer”

Nesse final de semana, vivi uma nova experiência. Participei da segunda rodada do Hackathon – “O DF que a gente quer” promovido pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e estratégico do Distrito Federal (CODESE-DF). O evento tem como objetivo mapear “tesouros” das trinta e três regiões administrativas do DF e escolher aqueles com potencial de se transformarem em riquezas de desenvolvimento socioeconômico regional.  Foi instigante participar desta maratona de ideias.

Fui ao evento a convite do meu amigo João. Ao chegar lá, encontramos o Guilherme e a Kakau – todos moramos no Jardim Botânico. Kakau me perguntou que projeto tinha em mente para nossa região e eu disse que estava com a mente, coração e a vontade abertos para idealizar o melhor que o campo do nosso pequeno coletivo manifestasse naquele momento. Seguindo a metodologia proposta, começamos a descobrir o que tínhamos em comum para além de morar na mesma região administrativa. Foi interessante perceber o quanto nossos valores e sonhos estavam alinhados.

Em seguida, partimos para identificar os “tesouros” da nossa cidade (recursos naturais, humanos, artificiais, intangíveis etc.). Foi muito legal lançar o olhar para a abundância e não para escassez. Fizemos uma lista de oito tesouros, depois elegemos três que consideramos com maior potencial de geração de riqueza local e tudo fluiu com muita harmonia. O debate de ideias foi riquíssimo. Experimentamos desenvolver a percepção para a realização de um futuro emergente.

Eleitos os três tesouros, passamos à elaboração dos respectivos Canvas, uma ferramenta visual e colaborativa para planificar negócios. Seguindo o princípio da maratona, passamos para o próximo desafio, eleger um dos três projetos para apresentar para uma banca de avalição, composta por representantes do CODESE-DF, SEBRAE, Universidade IESB e do Correio Brasiliense.

Subvertendo o pedido de eleger um único projeto, resolvemos por integrar os três projetos.

Boas ideias e criatividade não podem ser jogadas fora. Partimos, então, para elaboração do nosso pitch de elevador, uma apresentação sucinta com informações essenciais com o objetivo de buscar investidores para o projeto.

Foi gratificante ver as ideias dos outros grupos. Conheci riquezas desconhecidas e pessoas com o objetivo de potencializar os tesouros da sua região. Foi um dia de muita aprendizagem e criação.

Foi uma surpresa e alegria sermos contemplados com o 1ª lugar entre os quatro projetos apresentados. “Passando para parabenizar e dizer que até o momento não apareceu projeto igual e na minha opinião vocês tem um potencial gigante.” O projeto Papu-reto identificou um tesouro onde ninguém viu, o sistema prisional da Papuda. Nosso projeto tem como objetivo transformar a Universidade do Crime em Universidade da Vida, criando um ecossistema de valorização da vida, educação, empreendedorismo e cultura. Saímos de lá com o propósito de viabilizar o projeto.

Ao mesmo tempo, minha cabeça de educadora fervia com a certeza de que não podemos mais focar apenas na reconfiguração pedagógica da escola. Este tempo já passou. As urgências do nosso tempo nos colocam num outro lugar de pensar e agir. Um processo como este não tem espaço na escola da produção de mão de obra para satisfazer as necessidades do mercado, do sistema capitalista. Não podemos impor a geração que assumirá a maior crise que a humanidade já viveu tamanha estupidez e crime.

A escola é um equipamento público que está em quase todos os lugares. Ela precisa, com urgência, assumir seu lugar como centro de elaboração e desenvolvimento de projetos de regeneração comunitário e regional. A escola precisa ser capaz de formar consciências e competências capazes de viver readaptação dos sistemas que sustentam a vida no planeta. Vamos juntos?

Por Cláudia Passos

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